O “fantasma” do aumento dos custos de construção paira no país, a guerra na Ucrânia ajuda a contribuir para este aumento no preço dos materiais. Uma tendência que já vinha da pandemia e que ganha agora novos contornos, estamos a braços com uma inflação que teima em não parar de subir. Tudo isto se pode repercutir, em última instância, no preço final das casas, que também tem disparado nos últimos tempos. Para já, no entanto, os promotores imobiliários mostram sinais de resiliência e adiantam que os projetos continuam a sair do papel a tempo e horas. Já os bancos dizem estar atentos à conjuntura atual e reforçam a ideia de que estão disponíveis para financiar a construção de casas.
Estas são duas das conclusões a retirar das conferências que se realizaram esta terça-feira (7 de junho de 2022) em Lisboa, na sede da Abreu Advogados, e que contaram com a participação de vários players do setor imobiliário.
Bancos mantém-se ativos
BPI
João Patrício, do BPI, foi o primeiro dos participantes a intervir no debate. Disse que a banca está “muito melhor que na última crise financeira” e que todo “o sistema bancário está muito mais sólido”. “Prova disso foi a pandemia, onde a banca foi fundamental. (…) A banca está bem e o sistema bancário está pronto para esta nuvem [inflação e custos de construção a subir]. (…) Temos desafios pela frente, mas quero passar uma mensagem de otimismo”, frisou.
CGD
Uma ideia, de resto, deixada pelos restantes intervenientes. “Os custos de construção são um enorme desafio. É uma preocupação nos novos financiamentos que analisamos. Há projetos que estão ‘ongoing’ e que foram contratados com indicadores diferentes dos de hoje. Isso é uma preocupação atual”, disse Cristina Fontes, da CGD.
Santander Totta
Do lado do Santander Totta, António Fontes afirmou que nunca se chegará ao risco de haver uma crise financeira como a de 2008 e que os bancos estão agora “muito mais fortes”, estando o crédito habitação “mais controlado”.
O responsável adiantou que o Santander tem cerca de 700 projetos de promoção imobiliária em curso e que fez um inquérito aos promotores já em tempos de guerra para saber como está o mercado: “Estavam todos muito tranquilos. Hoje já estão mais recetivos a fazer ajustamentos para que não haja problemas durante a obra. Estamos muito tranquilos com a nossa carteira”.
BCP
Luís Vaz Pereira, do BCP, assegurou que o aumento dos custos de construção é mais um fator que os bancos têm de ter em conta, sendo que os projetos que estão “em carteira estão bastantes resilientes”. “Há sinal de alguma tranquilidade. Há medidas a tomar sobre os custos de construção, mas tentar fazer com custos fixos é impossível, o caminho é fazer em ‘open book’ (aberto). E mesmo num contrato em preço fixo, tem de haver bom senso de parte a parte para que a obra possa ser concluída”, notou.
Novo Banco
Uma opinião partilhada por Ana Oliveira, do Novo Banco, que revelou que a entidade fez uma reorganização interna de forma a haver equipas especificas dedicadas à parte da promoção imobiliária e do financiamento do setor. “Tentam entender os riscos do projeto e estruturar as operações para fazer face a estas situações mais anormais do mercado. (…) Fazemos sempre um cenário de nível de stress para saber se o projeto acomoda ou não certas preocupações”, explicou.
De acordo com a responsável, é sempre fundamental, mas sobretudo em contextos como os que se vivem atualmente, “não quebrar confiança” e “trabalhar com os clientes, dialogar e não parar obras”.
Informações retiradas de
- Santander Totta
Do lado do Santander Totta, António Fontes afirmou que nunca se chegará ao risco de haver uma crise financeira como a de 2008 e que os bancos estão agora “muito mais fortes”, estando o crédito habitação “mais controlado”.
O responsável adiantou que o Santander tem cerca de 700 projetos de promoção imobiliária em curso e que fez um inquérito aos promotores já em tempos de guerra para saber como está o mercado: “Estavam todos muito tranquilos. Hoje já estão mais recetivos a fazer ajustamentos para que não haja problemas durante a obra. Estamos muito tranquilos com a nossa carteira”.
Sobre operações futuras, avisou que é necessário “criar novas soluções”, mas frisou que o banco não tem “qualquer tipo de restrição de financiamento imobiliário”, apesar de se estar perante um novo paradigma.
- BCP
Luís Vaz Pereira, do BCP, assegurou que o aumento dos custos de construção é mais um fator que os bancos têm de ter em conta, sendo que os projetos que estão “em carteira estão bastantes resilientes”. “Há sinal de alguma tranquilidade. Há medidas a tomar sobre os custos de construção, mas tentar fazer com custos fixos é impossível, o caminho é fazer em ‘open book’ (aberto). E mesmo num contrato em preço fixo, tem de haver bom senso de parte a parte para que a obra possa ser concluída”, notou.
Uma coisa é certa, a vontade do BCP “é continuar a financiar dentro dos critérios” que o banco tem “vindo a seguir há algum tempo”. “A principal preocupação é que o projeto possa ser concluído. Promotores e bancos devem ter isso em conta sempre e isso é o que tentamos fazer nos novos projetos”, concluiu Luís Vaz Pereira.
- Novo Banco
Uma opinião partilhada por Ana Oliveira, do Novo Banco, que revelou que a entidade fez uma reorganização interna de forma a haver equipas especificas dedicadas à parte da promoção imobiliária e do financiamento do setor. “Tentam entender os riscos do projeto e estruturar as operações para fazer face a estas situações mais anormais do mercado. (…) Fazemos sempre um cenário de nível de stress para saber se o projeto acomoda ou não certas preocupações”, explicou.
De acordo com a responsável, é sempre fundamental, mas sobretudo em contextos como os que se vivem atualmente, “não quebrar confiança” e “trabalhar com os clientes, dialogar e não parar obras”.
Custos de construção atrasam projetos? Não e bancos estão a financiar — idealista/news