5 – Dicas para quem vai comprar casa!
FINANCIAMENTO
As dores de cabeça de um financiamento a habitação podem ser muitas, principalmente se vamos tratar sozinhos do mesmo, correr para bancos, saber as melhores condições, spreads, taxas, prestações, e por fim será que temos ou não financiamento aprovado???
No financiamento, não facilite: compare ao máximo
O banco escolhido pela maioria das pessoas que compra casa é normalmente aquele com o qual têm relação há algum tempo (especialmente se for há muitos anos). Mas com tantas entidades bancárias a ceder financiamento a habitação em Portugal, pode poupar imenso dinheiro no pagamento de juros, de seguros e de comissões só por comparar diversas soluções do mercado e escolher a que é, na verdade, melhor para si.
Na hora de equiparar as diversas simulações, é preciso ter atenção a vários elementos: para além da TAEG e do montante final que o consumidor vai pagar no final, também há que contar com o spread e a prestação mensal. A oferta do mercado pode variar bastante.
Análise de crédito: o que influencia os bancos a emprestar dinheiro?
Quando alguém solicita um financiamento, qualquer instituição financeira faz uma análise de crédito ao perfil desse indivíduo. Esta avaliação irá determinar se o banco concederá, ou não, o empréstimo solicitado consoante o risco que o cliente representa.
O risco de crédito consiste no risco associado à possibilidade de o banco ter perdas financeiras devido ao incumprimento do pagamento do empréstimo por parte do cliente. É por este motivo que é tão importante para as entidades bancárias realizarem uma análise de solvabilidade: para perceberem se é viável concedê-lo ou não.
Antes de fazer um pedido de financiamento, deverá realizar uma introspeção. Analise as suas finanças e avalie se tem capacidade para reembolsar um crédito.
Se tem créditos a decorrer pense em juntar ou liquidar os mesmos? Para além de aumentar o prazo de pagamento, fica com apenas uma prestação mensal e esta terá um valor muito mais reduzido, permitindo-lhe uma maior folga orçamental.
Existem, então, seis fatores que os bancos têm em consideração para realizar a análise de crédito. Fique a conhecê-los para perceber se tem maior ou menor probabilidade de ver o seu pedido aprovado.
1) Carácter do cliente
O fator do cliente ser assiduo no pagamento das suas responsabilidades financeiras, tais como créditos anteriores, é um dos primeiros fatores a ter em consideração para a análise de crédito.
Para avaliarem a solvabilidade, os bancos recorrem ao Mapa de Responsabilidades de Crédito. Neste documento, que está disponível na Central de Responsabilidades de Crédito (CRC) do Banco de Portugal, constam todas as informações sobre os empréstimos contraídos, inclusive eventuais incumprimentos por parte do cliente e valores em dívida, caso existam.
No caso de o cliente estar em falta com algum pagamento, pode mesmo fazer com que conste da “lista negra do Banco de Portugal”. Antes de avançar com um crédito a habitação avalie como está a sua situação financeira.
2) Taxa de esforço
Outro fator a considerar na sua análise de crédito é a capacidade de pagamento do cliente, ou seja, aquilo a que se chama a sua “taxa de esforço”.
A taxa de esforço é a percentagem do rendimento do agregado familiar que é direcionado exclusivamente para o pagamento de prestações de crédito. Deste modo, quantos mais empréstimos tiver e maior for o montante em dívida, mais elevada será a sua taxa de esforço e, consequentemente, mais difícil será contrair um novo empréstimo e cumprir com o seu pagamento.
3) Património do cliente
O terceiro fator a ter em conta na análise de crédito consiste no património do consumidor. Resumindo, a instituição financeira procura analisar todas as fontes de rendimento do agregado familiar do cliente, avaliando ainda os bens do mesmo. Deste modo, conseguem perceber se o consumidor tem algo que possa ser utilizado como eventual garantia hipotecária (sendo esta última o fator seguinte).
4) Garantias hipotecárias
No seguimento do fator anterior, as entidades financeiras também procuram eventuais garantias bancárias para a sua análise de crédito.
A avaliação deste elemento é mais comum aquando de um pedido de crédito à habitação, uma vez que este tipo de financiamento implica um montante mais elevado do que outro tipo de empréstimo.
As garantias que o cliente poderá disponibilizar podem ser o imóvel que deseja comprar, um imóvel de alguém relacionado ascendente ou descendente, e até um fiador para o empréstimo. Estas garantias conferem uma credibilidade acrescida ao cliente, pois o banco poderá reaver o montante financiado caso o consumidor entre em incumprimento.
5) Capacidade de gestão
Para a análise de crédito temos ainda em consideração a capacidade de adaptação do consumidor do ponto de vista financeiro. Ou seja, se é capaz de se adaptar facilmente a alterações económicas, tais como a subida das taxas de juro, uma redução salarial ou até uma eventual situação de desemprego involuntário?
Deste modo, é importante que o cliente possua a flexibilidade e a agilidade financeira necessárias para ajustar os seus rendimentos a estas alterações não programadas e demonstrar que detém mecanismos de defesa contra as mesmas (tais como um fundo de emergência).
6) Importância da relação com o banco na análise de crédito
Por fim, os bancos também têm em consideração a relação que possuem com os clientes. Se o cliente tiver outro empréstimo nessa mesma entidade de crédito ou outros produtos e serviços financeiros, isso poderá ser uma mais-valia para si.
Todavia, caso o cliente não tenha um bom histórico de crédito, este não será um ponto a seu favor.
No entanto, importa saber que, embora os bancos tenham os seus modelos e procedimentos específicos para a análise de crédito, a verdade é que a concessão de financiamento é casuística. Isto significa que é vista caso a caso, consoante o cliente em questão, e que os critérios de aprovação podem variar de instituição para instituição.
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